Palmas, 26/06/2010
terça-feira, 29 de junho de 2010
Evento marca o lançamento do livro Exílio Pessoal
Palmas, 26/06/2010
domingo, 27 de junho de 2010
sábado, 26 de junho de 2010
Hoje tem Arraiá do Poetinha
VIII Arraiá do Poetinha na Copa 2010 , sábado dia 26/06 ás 19h, na quadra da ETI Vinícius de Moraes
Premiação dos Correios

sexta-feira, 25 de junho de 2010
Professora Hulaneide é entrevistada pela Rede Sat

Programa Mais Educação - Kananda em entrevista à Rede Sat
quarta-feira, 23 de junho de 2010
Lançamento do livro Exílio Pessoal


terça-feira, 22 de junho de 2010
Concurso de Redação do Projeto Ler é bom, experimente!

Todos os alunos fizeram as redações e gostaram da atividade.
segunda-feira, 21 de junho de 2010
Carta finalista do Concurso de Cartas dos Correios 2010
Querido vovô Chiquito,
Desde que mudei para Palmas sinto muito a sua falta e das coisas que fazíamos juntos. Palmas é uma cidade interessante e bonita, possui um povo acolhedor vindo de todos os lugares do Brasil. Aqui nós conhecemos algumas pessoas legais e fizemos boas amizades. Minha mãe encontrou um bom emprego e eu estou estudando numa escola de tempo integral. Enfim, estamos bem.
Vô, sei da sua preocupação conosco e por isso escrevi esta carta para despreocupá-lo. Mas não foi só por isso. Depois que saí de Brasília e vim pra cá, além de sentir saudades suas, também estou muito preocupada em como o senhor está levando a vida. Essa semana em especial, estive pensando muito nisso. Fiquei sabendo, pela minha mãe, que o senhor está à procura de uma nova companhia e que não quer mais ficar sozinho. Achei ótima a sua atitude, mas tenho que te dizer algumas coisas que não dá para serem ditas por telefone ou e-mail.
Esta semana minha mãe recebeu um pacote enviado por uma ONG que trabalha com prevenção de DST’s e AIDS. Este pacote chegou em nossa casa pelos correios e quando minha mãe abriu fiquei muito interessada nas informações sobre doenças sexualmente transmissíveis. Na escola estamos realizando um trabalho sobre prevenção e este material me chamou atenção. Lendo algumas revistas e pesquisas na sala de aula, eu aprendi que a AIDS é uma doença que ainda não existe cura. Os estudos mostram que há vacina para combater o vírus HIV, mas que não consegue impedi-lo de causar estragos no organismo, porque ele é um vírus muito perfeito e sofre mutações cada vez que o nosso organismo inventa uma nova defesa, sendo assim a vacina é ineficaz.
A minha professora disse que o número de pessoas infectadas pelo vírus HIV está altíssimo na terceira idade. Assim quero te alertar sobre esse fato. Veja as campanhas lançadas pelo governo na TV, isso já é um alerta para pessoas idosas, como o senhor, que estão se esquecendo dos cuidados básicos. Hoje em dia por mais que as pessoas se pareçam saudáveis, elas podem esconder doenças terríveis e como o senhor está à procura de uma nova companhia, tem que se prevenir! Antes de começar a ter relações com qualquer mulher, use a camisinha. As pesquisas mostram que a camisinha previne em 95% as DST’s. Atualmente ela é o melhor meio de prevenção da AIDS. O senhor sabia que só se pega AIDS por secreções do corpo como o sêmen, secreção vaginal ou em contato com o sangue de uma pessoa contaminada? Pois é vô, não há uma indicação de que uma pessoa está ou não está com o vírus, só sabemos disso pelo resultado do exame feito em laboratório. Por isso é tão importante os cuidados nos relacionamentos e como não sabemos quem possui o vírus, o melhor mesmo é se prevenir.
Mas não precisa ficar assustado, dá pra namorar também, porque beijos, abraços, carinhos e estar junto de uma pessoa soropositiva não transmite AIDS, a não ser que você ou ela esteja com aftas ou feridas na boca, ai sim, tem que tomar cuidado porque há contado com sangue. Cuidado! Não se pode vacilar. Vô o melhor caminho é uma conversa confiável e segura com a pessoa com quem nos relacionamos e caso essa pessoa venha possuir o vírus HIV, existem tratamentos que são disponíveis em órgãos públicos e permitem que a pessoa soropositiva prolongue sua vida. Para isso é preciso se tratar corretamente com os medicamentos existentes. Ela pode viver em nosso meio, porém tem que ter cuidados especiais para não contrair outras doenças ou até mesmo não contaminar outras pessoas.
Infelizmente muitas pessoas por ignorância ou desconhecimento discriminam quem possui o vírus da AIDS. Elas não leem sobre o assunto e pensam que o individuo que tem HIV pode contaminar outras pessoas pelo ar ou pelo contato de pele. Isso é ridículo! E só serve para segregar ainda mais a sociedade e diminuir a autoestima de quem é soropositivo.
Então vô, sem mais delongas, eu escrevi esta carta porque por ela além de te dizer o que eu gostaria, posso também te enviar o material recebido pela minha mãe. Assim o senhor pode ler mais sobre o assunto e descobrir que o Brasil hoje está sendo exemplo mundial no combate a AIDS e vem fazendo um ótimo trabalho para ajudar a conscientizar as populações, de todas as idades, sobre a importância da prevenção. O governo faz a sua parte com políticas e campanhas; os correios fazem a sua parte enviando a população informações de como se prevenir, como o que eu e minha mãe recebemos, e nós devemos fazer a nossa parte, prevenindo o nosso corpo de uma doença tão perigosa.
Portanto vovô Chiquito, se cuide, leia bastante o material que estou lhe enviando e aproveite a vida com responsabilidade! Escreva-me, pois adoro ler suas cartas e assim fico sabendo sobre suas novas conquistas. Te amo muito!
Beijos de sua netinha favorita
Andressa Cunha
Aluna finalista no Concurso de Cartas dos Correios 2010


Aqui a aluna Andressa Cunha, acompanhada de sua mãe e a professora Hulaneide, na premiação da unidade escolar.
Projeto Copa na Escola
domingo, 20 de junho de 2010
Hoje tem Brasil!!
sábado, 19 de junho de 2010
5ª Oficina - Olimpíada de Língua Portuguesa

Foi interessante observar a percepção de cada um sobre o fato real que poderia se transformar numa ótima crônica.
quinta-feira, 17 de junho de 2010
Ler é bom, experimente!!!

Os alunos das turma 070 e 071 terminaram a leitura do livro Nos bastidores do cotidiano de Laé de Souza, e responderam, nesta semana, o questionário proposto pelo projeto cujas questões eram específicas às crônicas lidas durante o bimestre. Foi um questionário simples, porém rico em detalhes voltados aos temas do dia a dia como: ética, preconceito, tecnologia, desigualdade social entre outros.
Todos os alunos participaram desta ação.
Na próxima semana teremos a produção das redações, com o objetivo de participar do concurso promovido pelo autor do projeto.
4ª Oficina - Olimpíada de Língua Portuguesa

Foi uma aula atrativa e irreverente!!
terça-feira, 15 de junho de 2010
Estreia do Brasil na copa 2010 !!!

Brasil 2 x 1 Coreia de Norte
Brasil! Brasil!
Vai com tudo, vai com fé
É o mundo aos seus pés
São dois tempos de coragem
De malícia, de inspiração
É de meia, É de lata
É de couro, é do que quiser
Ela corre pelos campos
Atrás dela vem toda nação
A bola vai rolar
Entre a camisa e o coração
Grito lá do fundo, então:
É Campeão!! É Campeão !!
E quando ela rola o mundo para
Só na torcida sem respirar
E quando ela passa pelo goleiro
O Brasil inteiro vai comemorar
Gol de placa, de trivela
No cantinho pra desempatar
É de letra, de cabeça
Bicicleta pra comemorar
A bola vai rolar
Entre a camisa e o coração
Grito lá do fundo, então:
É Campeão!! É Campeão !!
E quando ela rola o mundo para
Só na torcida sem respirar
E quando ela passa pelo goleiro
O Brasil inteiro vai comemorar
COMEMORE BRASIL !!!
domingo, 13 de junho de 2010
O Nariz - Luís Fernando Veríssimo
O Nariz
Era um dentista, respeitadíssimo. Com seus quarenta e poucos anos, uma filha quase na faculdade. Um homem sério, sóbrio, sem opiniões surpreendentes mas uma sólida reputação como profissional e cidadão. Um dia, apareceu em casa com um nariz postiço. Passado o susto, a mulher e a filha sorriram com fingida tolerância. Era um daqueles narizes de borracha com óculos de aros pretos, sombrancelhas e bigodes que fazem a pessoa ficar parecida com o Groucho Marx. Mas o nosso dentista não estava imitando o Groucho Marx. Sentou-se à mesa do almoço – sempre almoçava em casa – com a retidão costumeira, quieto e algo distraído. Mas com um nariz postiço.
- O que é isso? – perguntou a mulher depois da salada, sorrindo menos.
- Isso o quê?
- Esse nariz.
- Ah. Vi numa vitrina, entrei e comprei.
- Logo você, papai…
Depois do almoço, ele foi recostar-se no sofá da sala, como fazia todos os dias. A mulher impacientou-se.
- Tire esse negócio.
- Por quê?
- Brincadeira tem hora.
- Mas isto não é brincadeira.
Sesteou com o nariz de borracha para o alto. Depois de meia hora, levantou-se e dirigiu-se para a porta. A mulher o interpelou.
- Aonde é que você vai?
- Como, aonde é que eu vou? Vou voltar para o consultório.
- Mas com esse nariz?
- Eu não compreendo você – disse ele, olhando-a com censura através dos aros sem lentes. – Se fosse uma gravata nova você não diria nada. Só porque é um nariz…
- Pense nos vizinhos. Pense nos cliente.
Os clientes, realmente, não compreenderam o nariz de borracha. Deram risadas (“Logo o senhor, doutor…”) fizeram perguntas, mas terminaram a consulta intrigados e saíram do consultório com dúvidas.
- Ele enlouqueceu?
- Não sei – respondia a recepcionista, que trabalhava com ele há 15 anos. – Nunca vi ele assim. Naquela noite ele tomou seu chuveiro, como fazia sempre antes de dormir. Depois vestiu o pijama e o nariz postiço e foi se deitar.
- Você vai usar esse nariz na cama? – perguntou a mulher.
- Vou. Aliás, não vou mais tirar esse nariz.
- Mas, por quê?
- Por quê não?
Dormiu logo. A mulher passou metade da noite olhando para o nariz de borracha. De madrugada começou a chorar baixinho. Ele enlouquecera. Era isto. Tudo estava acabado. Uma carreira brilhante, uma reputação, um nome, uma família perfeita, tudo trocado por um nariz postiço.
- Papai…
- Sim, minha filha.
- Podemos conversar?
- Claro que podemos.
- É sobre esse nariz…
- O meu nariz outra vez? Mas vocês só pensam nisso?
- Papai, como é que nós não vamos pensar? De uma hora para outra um homem como você resolve andar de nariz postiço e não quer que ninguém note?
- O nariz é meu e vou continuar a usar.
- Mas, por que, papai? Você não se dá conta de que se transformou no palhaço do prédio? Eu não posso mais encarar os vizinhos, de vergonha. A mamãe não tem mais vida social.
- Não tem porque não quer…
- Como é que ela vai sair na rua com um homem de nariz postiço?
- Mas não sou “um homem”. Sou eu. O marido dela. O seu pai. Continuo o mesmo homem. Um nariz de borracha não faz nenhuma diferença.
- Se não faz nenhuma diferença, então por que usar?
- Se não faz diferença, porque não usar?
- Mas, mas…
- Minha filha…
- Chega! Não quero mais conversar. Você não é mais meu pai!
A mulher e a filha saíram de casa. Ele perdeu todos os clientes. A recepcionista, que trabalhava com ele há 15 anos, pediu demissão. Não sabia o que esperar de um homem que usava nariz postiço. Evitava aproximar-se dele. Mandou o pedido de demissão pelo correio. Os amigos mais chegados, numa última tentativa de salvar sua reputação, o convenceram a consultar um psiquiatra.
- Você vai concordar – disse o psiquiatra, depois de concluir que não havia nada de errado com ele – que seu comportamento é um pouco estranho…
- Estranho é o comportamento dos outros! – disse ele. – Eu continuo o mesmo. Noventa e dois por cento de meu corpo continua o que era antes. Não mudei a maneira de vestir, nem de pensar, nem de me comportar, Continuo sendo um ótimo dentista, um bom marido, bom pai, contribuinte, sócio do Fluminense, tudo como era antes.
- Mas as pessoas repudiam todo o resto por causa deste nariz. Um simples nariz de borracha. Quer dizer que eu não sou eu, eu sou o meu nariz?
- É… – disse o psiquiatra. – Talvez você tenha razão…
O que é que você acha, leitor? Ele tem razão? Seja como for, não se entregou. Continua a usar nariz postiço. Porque agora não é mais uma questão de nariz. Agora é uma questão de princípios.
Luís Fernando Veríssimo
O Lixo - Luís Fernando Veríssimo
O lixo
Encontram-se na área de serviço. Cada um com seu pacote de lixo. É a primeira vez que se falam.
- Bom dia...
- Bom dia.
- A senhora é do 610.
- E o senhor do 612
- É.
- Eu ainda não lhe conhecia pessoalmente...
- Pois é...
- Desculpe a minha indiscrição, mas tenho visto o seu lixo...
- O meu quê?
- O seu lixo.
- Ah...
- Reparei que nunca é muito. Sua família deve ser pequena...
- Na verdade sou só eu.
- Mmmm. Notei também que o senhor usa muito comida em lata.
- É que eu tenho que fazer minha própria comida. E como não sei cozinhar...
- Entendo.
- A senhora também...
- Me chame de você.
- Você também perdoe a minha indiscrição, mas tenho visto alguns restos de comida em seu lixo. Champignons, coisas assim...
- É que eu gosto muito de cozinhar. Fazer pratos diferentes. Mas, como moro sozinha, às vezes sobra...
- A senhora... Você não tem família?
- Tenho, mas não aqui.
- No Espírito Santo.
- Como é que você sabe?
- Vejo uns envelopes no seu lixo. Do Espírito Santo.
- É. Mamãe escreve todas as semanas.
- Ela é professora?
- Isso é incrível! Como foi que você adivinhou?
- Pela letra no envelope. Achei que era letra de professora.
- O senhor não recebe muitas cartas. A julgar pelo seu lixo.
- Pois é...
- No outro dia tinha um envelope de telegrama amassado.
- É.
- Más notícias?
- Meu pai. Morreu.
- Sinto muito.
- Ele já estava bem velhinho. Lá no Sul. Há tempos não nos víamos.
- Foi por isso que você recomeçou a fumar?
- Como é que você sabe?
- De um dia para o outro começaram a aparecer carteiras de cigarro amassadas no seu lixo.
- É verdade. Mas consegui parar outra vez.
- Eu, graças a Deus, nunca fumei.
- Eu sei. Mas tenho visto uns vidrinhos de comprimido no seu lixo...
- Tranqüilizantes. Foi uma fase. Já passou.
- Você brigou com o namorado, certo?
- Isso você também descobriu no lixo?
- Primeiro o buquê de flores, com o cartãozinho, jogado fora. Depois, muito lenço de papel.
- É, chorei bastante, mas já passou.
- Mas hoje ainda tem uns lencinhos...
- É que eu estou com um pouco de coriza.
- Ah.
- Vejo muita revista de palavras cruzadas no seu lixo.
- É. Sim. Bem. Eu fico muito em casa. Não saio muito. Sabe como é.
- Namorada?
- Não.
- Mas há uns dias tinha uma fotografia de mulher no seu lixo. Até bonitinha.
- Eu estava limpando umas gavetas. Coisa antiga.
- Você não rasgou a fotografia. Isso significa que, no fundo, você quer que ela volte.
- Você já está analisando o meu lixo!
- Não posso negar que o seu lixo me interessou.
- Engraçado. Quando examinei o seu lixo, decidi que gostaria de conhecê-la. Acho que foi a poesia.
- Não! Você viu meus poemas?
- Vi e gostei muito.
- Mas são muito ruins!
- Se você achasse eles ruins mesmo, teria rasgado. Eles só estavam dobrados.
- Se eu soubesse que você ia ler...
- Só não fiquei com eles porque, afinal, estaria roubando. Se bem que, não sei: o lixo da pessoa ainda é propriedade dela?
- Acho que não. Lixo é domínio público.
- Você tem razão. Através do lixo, o particular se torna público. O que sobra da nossa vida privada se integra com a sobra dos outros. O lixo é comunitário. É a nossa parte mais social. Será isso?
- Bom, aí você já está indo fundo demais no lixo. Acho que...
- Ontem, no seu lixo...
- O quê?
- Me enganei, ou eram cascas de camarão?
- Acertou. Comprei uns camarões graúdos e descasquei.
- Eu adoro camarão.
- Descasquei, mas ainda não comi. Quem sabe a gente pode...
- Jantar juntos?
- É.
- Não quero dar trabalho.
- Trabalho nenhum.
- Vai sujar a sua cozinha?
- Nada. Num instante se limpa tudo e põe os restos fora.
- No seu lixo ou no meu?
Luís Fernando Veríssimo
sexta-feira, 11 de junho de 2010
Sexa - Luís Fernando Veríssimo
Sexa
- Pai…
- Hmmm?
- Como é o feminino de sexo?
- O quê?
- O feminino de sexo.
- Não tem.
- Sexo não tem feminino?
- Não.
- Só tem sexo masculino?
- É. Quer dizer, não. Existem dois sexos. Masculino e feminino.
- E como é o feminino de sexo?
- Não tem feminino. Sexo é sempre masculino.
- Mas tu mesmo disse que tem sexo masculino e feminino.
- O sexo pode ser masculino ou feminino. A palavra "sexo" é masculina. O sexo masculino, o sexo feminino.
- Não devia ser "a sexa"?
- Não.
- Por que não?
- Porque não! Desculpe. Porque não. "Sexo" é sempre masculino.
- O sexo da mulher é masculino?
- É. Não! O sexo da mulher é feminino.
- E como é o feminino?
- Sexo mesmo. Igual ao do homem.
- O sexo da mulher é igual ao do homem?
- É. Quer dizer… Olha aqui. Tem o sexo masculino e o sexo feminino, certo?
- Certo.
- São duas coisas diferentes.
- Então como é o feminino de sexo?
- É igual ao masculino.
- Mas não são diferentes?
- Não. Ou, são! Mas a palavra é a mesma. Muda o sexo, mas não muda a palavra.
- Mas então não muda o sexo. É sempre masculino.
- A palavra é masculina.
- Não. "A palavra" é feminino. Se fosse masculina seria "O pal…"
- Chega! Vai brincar, vai.
O garoto sai e a mãe entra. O pai comenta:
- Temos que ficar de olho nesse guri…
- Por quê?
- Ele só pensa em gramática.
Luís Fernando Veríssimo
Conversinha Mineira - Fernando Sabino
Conversinha Mineira
-- É bom mesmo o cafezinho daqui, meu amigo?
-- Sei dizer não senhor: não tomo café.
-- Você é dono do café, não sabe dizer?
-- Ninguém tem reclamado dele não senhor.
-- Então me dá café com leite, pão e manteiga.
-- Café com leite só se for sem leite.
-- Não tem leite?
-- Hoje, não senhor.
-- Por que hoje não?
-- Porque hoje o leiteiro não veio.
-- Ontem ele veio?
-- Ontem não.
-- Quando é que ele vem?
-- Tem dia certo não senhor. Às vezes vem, às vezes não vem. Só que no dia que devia vir em geral não vem.
-- Mas ali fora está escrito "Leiteria"!
-- Ah, isso está, sim senhor.
-- Quando é que tem leite?
-- Quando o leiteiro vem.
-- Tem ali um sujeito comendo coalhada. É feita de quê?
-- O quê: coalhada? Então o senhor não sabe de que é feita a coalhada?
-- Está bem, você ganhou. Me traz um café com leite sem leite. Escuta uma coisa: como é que vai indo a política aqui na sua cidade?
-- Sei dizer não senhor: eu não sou daqui.
-- E há quanto tempo o senhor mora aqui?
-- Vai para uns quinze anos. Isto é, não posso agarantir com certeza: um pouco mais, um pouco menos.
-- Já dava para saber como vai indo a situação, não acha?
-- Ah, o senhor fala da situação? Dizem que vai bem.
-- Para que Partido?
-- Para todos os Partidos, parece.
-- Eu gostaria de saber quem é que vai ganhar a eleição aqui.
-- Eu também gostaria. Uns falam que é um, outros falam que outro. Nessa mexida...
-- E o Prefeito?
-- Que é que tem o Prefeito?
-- Que tal o Prefeito daqui?
-- O Prefeito? É tal e qual eles falam dele.
-- Que é que falam dele?
-- Dele? Uai, esse trem todo que falam de tudo quanto é Prefeito.
-- Você, certamente, já tem candidato.
-- Quem, eu? Estou esperando as plataformas.
-- Mas tem ali o retrato de um candidato dependurado na parede, que história é essa?
-- Aonde, ali? Uê, gente: penduraram isso aí...
Fernando Sabino
Pedindo uma pizza em 2009 - Luís Fernando Veríssimo
Pedindo uma pizza em 2009
Telefonista: Pizza Hot, boa noite!
Cliente: Boa noite, quero encomendar pizzas…
Telefonista: Pode me dar o seu NIDN?
Cliente: Sim, o meu número de identificação nacional é 6102-1993-8456-54632107.
Telefonista: Obrigada, Sr.Lacerda. Seu endereço é Av. Paes de Barros, 1988 ap. 2 B, e o número de seu telefone é 5494-2366, certo? O telefone do seu escritório da Lincoln Seguros é o 5745-2302 e o seu celular é 9266-2566.
Cliente: Como você conseguiu essas informações todas?
Telefonista: Nós estamos ligados em rede ao Grande Sistema Central.
Cliente: Ah, sim, é verdade! Eu queria encomendar duas pizzas, uma quatro queijos e outra calabresa…
Telefonista: Talvez não seja uma boa idéia…
Cliente: O quê?
Telefonista: Consta na sua ficha médica que o Sr. sofre de hipertensão e tem a taxa de colesterol muito alta. Além disso, o seu seguro de vida proíbe categoricamente escolhas perigosas para a sua saúde.
Cliente: É, você tem razão!! O que você sugere?
Telefonista: Por que o Sr. não experimenta a nossa pizza Superlight, com tofu e rabanetes? O Senhor vai adorar!
Cliente: Como é que você sabe que vou adorar?
Telefonista: O Sr. consultou o site “Recettes Gourmandes au Soja” da Biblioteca Municipal, dia 15 de janeiro, às 14:27h, onde permaneceu ligado à rede durante 39 minutos. Daí a minha sugestão…
Cliente: OK, está bem! Mande-me duas pizzas tamanho família!
Telefonista: É a escolha certa para o Sr., sua esposa e seus 4 filhos, pode ter certeza.
Cliente: Quanto é?
Telefonista: São R$49,99.
Cliente: Você quer o número do meu cartão de crédito?
Telefonista: Lamento, mas o Sr. vai ter que pagar em dinheiro. O limite do seu cartão de crédito já foi ultrapassado.
Cliente: Tudo bem, eu posso ir ao Multibanco sacar dinheiro antes que chegue a pizza.
Telefonista: Duvido que consiga, o Sr. está com o saldo negativo no banco.
Cliente: Meta-se com a sua vida! Mande-me as pizzas que eu arranjo o dinheiro. Quando é que entregam?
Telefonista: Estamos um pouco atrasados, serão entregues em 45 minutos. Se o Sr. estiver com muita pressa pode vir buscá-las, se bem que transportar duas pizzas na moto não é aconselhável, além de ser perigoso…
Cliente: Mas que história é essa, como é que você sabe que eu vou de moto?
Telefonista: Peço desculpas, mas reparei aqui que o Sr. não pagou as últimas prestações do carro e ele foi penhorado. Mas a sua moto está paga, e então pensei que fosse utilizá-la.
Cliente: @#%/§@&?#§/%#!!!!!!!!!!!!!
Telefonista: Gostaria de pedir ao Sr. para não me insultar… não se esqueça de que o Sr. já foi condenado em julho de 2006 por desacato em público a um Agente Regional.
Cliente: (Silêncio)
Telefonista: Mais alguma coisa?
Cliente: Não, é só isso… não, espere… não se esqueça dos 2 litros de Coca-Cola que constam na promoção.
Telefonista: Senhor, o regulamento da nossa promoção, conforme citado no artigo 3095423/12, nos proíbe de vender bebidas com açúcar a pessoas diabéticas…
Cliente: Aaaaaaaahhhhhhhh!!!!!!!!!!! Vou me atirar pela janela!!!!!
Telefonista: E machucar o joelho? O Sr. mora no andar térreo!
Luiz Fernando Veríssimo
quinta-feira, 10 de junho de 2010
Festa da Família
sexta-feira, 4 de junho de 2010
Handebol do Vinícius de Moraes
Na etapa municipal de escolas públicas e privadas, o handebol feminino, sob orientação da professora Letícia, conquistou o 2º lugar, fazendo bonito para todos aqueles que tanto torceram por elas.
Também na etapa municipal, os garotos do Vinícius, conquistaram o 2º lugar com muita força e determinação deles e da professora Letícia.
Agora é só esperar para as competições estaduais.
Valeu a pena!!!