quinta-feira, 25 de março de 2010

Conto de Mistério - Matheus Soares - 081

Suspense em seis rodas

Em uma noite de lua cheia, um casal de velhinhos se preparava para dormir, quando uma forte ventania de agosto varreu toda a cidade e arrancou parte do telhado de sua casa. Apavorados com o fato, o casal de velhos decidiu se mudar. Então, no dia seguinte, colocaram suas roupas em uma mala velha e foram para o banco da praça esperar pelo ônibus.
O ônibus chegou, e a motorista era uma moça bonita e muito educada. Ela os levou para o interior da condução para sentar, e só então seguiram viagem até a casa de uma irmã. Durante a viagem, a velhinha havia preparado um delicioso pudim de leite com uma colher de sopa de limão para lanchar. Tudo estava tranqüilo.
No caminho o ônibus parou, e então entrou um homem que se sentou lá no fundo. O casal de velhos observava aquele homem quieto e calado, parecia que o conhecia de algum lugar. Minutos depois, entraram dois meninos fortes, de aparência estranha; molhados e mal encarados. Eles se sentaram ao lado do homem quieto. O casal de velhos perdeu a tranqüilidade e começaram a pensar que aquela viagem não seria tão agradável assim.
De repente o ônibus parou, e a motorista olhou para o painel e viu que a gasolina havia acabado. Ela logo se assustou, pois sabia que ela havia enchido o tanque assim que pegara o ônibus na garagem. Ela então, desceu e viu que o tanque estava furado com uma faca. Imediatamente, ela retornou para o interior do ônibus, e sem demonstrar alguma tensão, avisou aos passageiros que o combustível havia acabado, mas que ela já estava pedindo socorro na garagem da cidade. Assim, motorista tentou dar um telefonema, mas o telefone não pegava naquela região. O que fazer? Pensou.
Quando ela estava pensando numa solução, a luz do ônibus se apagou. O casal de velhos começou a se abraçar de medo. Como se não bastasse, o ônibus começou a fazer uns barulhos estranhos do lado de fora, na lataria. A motorista, muito cuidadosa, pegou a lanterna e verificou pela janela o que estava acontecendo, e para sua surpresa, ela viu uma galinha preta. Era só o que faltava! Pensou ela.
Nesse momento o casal de velhos lembrou que aquele homem que havia entrado primeiro, era o homem desaparecido do cartaz espalhado pela cidade, e com muito medo contaram para motorista, e ela não sabia mais o que fazer. Então, ela trancou as portas e janelas do ônibus e começou a rezar em pensamento. Do lado de fora reinava o silêncio da noite, e do lado de dentro parecia o mesmo. Nada acontecia; nenhuma palavra era dita.
Após uma hora de sofrimento, a luz voltou e a motorista, cheia de coragem, pegou sua lanterna novamente e saiu para verificar os fatos. Só aí que ela percebeu que não era uma faca que estava no tanque do ônibus, era sim, um galho de árvore seco. Então ela se perguntou, por que o ônibus havia parado? E logo descobriu a resposta: parou porque ficou atolado numa terra molhada, pois uma forte chuva havia acabado de passar naquela noite. E o marcador de gasolina, por que estava no zero? Porque o ônibus era velho demais, e aquele marcador não funcionava mais. E a galinha preta, o que fazia por ali? Na verdade a galinha não era preta, era marrom, mas como estava escuro, todos pensaram que fosse preta.
Depois de tudo esclarecido, a motorista conversou com os passageiros para que ajudassem a desatolar o ônibus e muito curiosos, o casal de velhos aproveitou aquele momento de conversa e perguntou ao homem se ele era o homem do cartaz, ele prontamente respondeu que sim, disse que estava muito emocionado, porque estava a caminho para reencontrar sua família. Perguntaram também aos meninos fortes por que estavam tão zangados, eles disseram que iriam a uma festa na cidade e que suas roupas novas haviam molhado com a forte chuva.
Depois de toda essa conversa, todos ajudaram a desatolar o ônibus e seguiram sua viagem tranquilos. Para a alegria da motorista bonita, o ônibus, mesmo velho, seguiu o seu destino.

Mateus Soares
Série: 9º ano
Turma: 081

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